Estou postando aqui depois de um bom tempo para relatar as minhas experiências como doador voluntário de Medula Óssea. Aproximadamente oito anos atrás em uma das minhas doações de sangue voluntárias eu fui abordado se gostaria de me inscrever no REDOME, que é o registro de doadores de medula óssea voluntários. Não pensei duas vezes e me inscrevi no programa.
Agora, depois desse tempão estou aqui aguardando o processo, uma pessoa compatível comigo foi encontrada, ela está com câncer e a minha medula é a sua esperança, após um exame de confirmação e três meses de espera eu fiz mais exames para constatar a minha condição clínica para o processo de extração da medula, agora nessa quinta feira aguardo ansioso para isso.
O engraçado é que eu vejo muitas pessoas e elas me perguntam sempre se dói fazer isso, eu realmente nunca me preocupei com isso, afinal, por mais aguda que possa ser a minha dor passageira, ela com certeza é menor do que o paciente que aguarda sob uma cama a morte prematura, eu sinceramente fico indignado com essas pessoas que fazem essa pergunta, mas infelizmente não posso demonstrar porque geralmente são amigos e pessoas próximas, fico surpreso com isso e não acho nada de mais ajudar alguém necessitado, é minha obrigação como ser humano.
Pessoal, vamos imaginar os seus amigos e filhos, pessoas que você ama passando por isso, não pensem na dor que possam sentir, mas sim na perspectiva de vida e esperança de alguém que precisa, pense bem, o seu ente querido pode morrer porque, como você, alguém tem medo de sentir uma dorzinha passageira (poxa vida, desde os analgésicos e anestesia dor é uma coisa totalmente controlável) não se dispôs a ajudá-lo, se você conhece alguém doador, não pergunte sobre dor ou sobre o procedimento, provavelmente ele não está interessado nisso, pergunte sobre a expectativa de sucesso na recuperação do doente e sobre a emoção dele estar fazendo a diferença na família, na vida de alguém.
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